domingo, outubro 22, 2006

Eu definitivamente não convidaria ela para uma guerra de dedos.


Estava eu numa sala de aula totalmente desconhecida e que provavelmente nunca voltarei a ver. À minha direita, estava uma exótica personalidade, a mesma que é mencionada no pequeno título desse pobre texto. Lá pelas tantas, quando o papo corria solto pela sala de aula e quando essa mulher começou seu discurso, percebi que algo escapava à todas as regras de bom senso. Ela contava com uma voz alta, clara e descontrolada que a bibliotecária havia a desrespeitado. Nossa amiga bióloga havia respondido diversos capítulos de um livro de exercícios da biblioteca. Quando foi devolver o livro, a bibliotecária indagou com um ar meio indignado, mas dotado de toda a razão: "Os livros estão todos riscados...". É evidente que não se pode responder livros de biblioteca nem escrever neles pois as obras serão utilizadas várias vezes por outros usuários. Acontece que a mulher soltou a seguinte resposta "Mas é a lápis minha querida!" e para fechar com chave de ouro "Estou te ajudando a ser útil".Pensava ela que apagar livros era função exclusiva da jovem atrás do balcão. Pensava ela que as bibliotecárias eram o tipo de criatura mais inútil e nerds que já fora inventado. O que uma moça dessa classe faz? fotossíntese? Ainda mais numa biblioteca de escola pequena, aberta das 9 às 20 horas. No mínimo ela já leu todas as obras do estabelecimento inteiro umas duas vezes. "E ainda ficou me olhando depois que eu entreguei o livro" disse ainda nossa baiana, bióloga, estudante de alemão nos sábados de manhã. Possuia mais ou menos 40 anos, óculos de haste transparente, tênis verde limão, branco e preto da nike. Calça jeans não justa mas ainda longe de ser larga. Blusa de lã com um broche de enfeite. Cabelo curto pintado de marrom vermelho, expressão séria, cicatrizes na buchecha. Quase baixinha. Louca. Insana.

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