terça-feira, abril 29, 2008

Meu caminho de casa

E o banco da carona vazio
e o carro continua indo,
mas sendo o vento frio,
ela vindo logo ou não,
fui ouvindo o som,
engolindo o medo,
e abri a janela toda.
Respirei,
respirei ar de verdade.
De janela fechada,
não dá pra ser feliz.
Sem endereço
não se chega lá
Sem Deus...
?
E não há ar condicionado
que retire a sensação,
que te tire dessa jaula,
que faça desparecer,
o vidro que separa
você de você
e o vento vai ser frio...
Vai ser sempre seco e frio...
Enquanto permaneceres
na sua bolha,
na sua ilusão,
no seu discurso,
no seu pensamento enlatado,
no seu mundo imaginário.

3 comentários:

Anônimo disse...

"O vidro que separa vc de vc"

Gostei! queria ter uma pedra pra te ajudar a quebrar esse vidro... Aí eu olhei pra mim, me vi dentro do meu vidro de conserva, como um pepino azedo... Andando no meu carro vazio apesar da companhia. Acho que nem me lembro mais da Graça, aquela que a nós foi dada de graça, mas custou muito caro!

cori...

Miguel Del Castillo disse...

betão... sempre bom ler as coisas que vc escreve. fazia tempo que eu n vinha aqui! saudades, rapaz. como anda essa vida curitibana?
gostei bem do texto.

abração!

Beto disse...

o mais estranho é que essa graça, ela não nos torna pessoas mais diferentes do que seríamos, ela nos torna mais nós mesmos...

A vida curitibana .. hahaha ... FRIA!!! no sentido físico da palavra.. saudades de vc também miguel, quando vem pra cá?

Obrigado por ler, nos visite mais vezes!